5 passos para escolher um investimento

No outro dia perguntei-vos pelo meu Instagram (podes seguir-me aqui: @financascomella) qual era o vosso maior obstáculo no que diz respeito a começar a investir. E a maioria de vocês indicaram que era escolher um investimento, em que produto financeiro. E por isso, hoje, vamos ficar a saber os passos necessários para escolher um produto financeiro.

Quantos produtos financeiros escolher?

Existem imensos produtos no mercado. Se queres começar a investir, pode ser muito confuso escolher o produto e há realmente algumas coisas que deves ter em conta.

Primeiro, é importante reforçar que uma das estratégias que mais ajuda a diminuir o risco de perda de capital total, é a diversificação. Ou seja, não deves colocar todo o teu capital num só produto. Agora, claro que tens de começar por algum lado, e por norma, começamos por investir num produto, e depois vamos acrescentando outros à carteira de investimentos. 

Vamos também assumir que queres investir dinheiro. Digo isto porque também podes optar investir o teu tempo, por exemplo na criação de um negócio próprio. Vamos então analisar os passos para escolher o produto onde investir o nosso dinheiro.

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1| Qual é o teu objetivo de investimento?

Primeiramente, tens de saber qual é o teu objetivo de investimento, ou seja, o que queres fazer com o dinheiro. Uma viagem? Comprar um carro? Garantir uma melhor reforma? Ao saberes isto, consegues definir quanto dinheiro precisas. Ou seja, pensa que rentabilidade precisas e quando precisas, isto é, o teu horizonte temporal.

Se queres investir para curto prazo, (por exemplo para uma viagem daqui a um ou dois anos) tens de ter duas coisas em conta:

  1. Se queres investir para curto prazo, mas queres ter rentabilidades elevadas, vais ter de assumir mais risco.
  2. Se queres mais segurança no retorno do investimento, porque não gostas muito de correr risco, e então queres reduzir o risco de desvalorização de capital, provavelmente terás de optar por produtos de renda fixa (já vamos abordar isto em mais detalhe), e isso irá diminuir a rentabilidade.

A verdade é que não se pode ter tudo. Às vezes recebo perguntas sobre que produtos recomendo com rentabilidades altas e risco baixo. Isso não existe. Ou se existe eu não conheço! Como disse, não se pode ter tudo.

2| Queres renda fixa ou variável?

A segunda coisa que tens de definir é se queres renda fixa ou renda variável. Produtos de renda fixa são aqueles que no momento da subscrição sabes qual vai ser a rentabilidade (pensa nos seguros PPR, certificados de aforro, etc) e portanto aquela rentabilidade está garantida.

Já os produtos de renda variável, são aqueles em que não sabes qual vai ser a rentabilidade, e com esta incerteza, podem vir rentabilidades maiores. Mas, por norma, o risco também é mais elevado. 

Portanto, escolhe se vais querer investir em produtos de renda fixa ou variável. E se souberes qual é o teu perfil de investidor, isso também te pode ajudar nesta decisão, porque, como estas duas categorias de produtos estão associados a níveis de risco diferentes, se conheceres o teu perfil, será mais fácil saber se deves investir em produtos de renda fixa ou variável.

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3| Gestão ativa ou passiva?

Define se queres fazer uma gestão mais ativa dos teus investimentos, ou passiva. Se a tua estratégia de investimento for ativa, podes escolher entre práticamente todos os produtos.

Se queres fazer uma gestão passiva, aposta em produtos onde possas automatizar o investimento, ou que tenhas um gestor que cuide dos teus investimentos, ou que possas fazer a escolha dos produtos, e investir (por exemplo todos os meses) de forma automática.

4| Qual é o risco que estás disposto a correr?

Já saberás a resposta a esta pergunta se souberes o teu perfil de investidor. É fundamental que definas se queres correr mais ou menos risco, para poder adaptar a escolha dos produtos a essa preferência.

Se não queres correr tanto risco, pensa em produtos de capital garantido, ou renda fixa. Alguns exemplos de produtos de menor risco são os certificados de aforro, certificados do tesouro poupança crescimento, seguros PPR, etc.

Produtos mais arriscados: temos as ações, ETFs de ações, P2P lending ou empréstimos coletivos, Criptomoedas, fundos de investimento, fundos imobiliários, etc. E alguns destes produtos, são mais arriscados porque são de renda variável, outros por questões de segurança, ou de falta de regulamentação, por exemplo. 

5| Analisar os produtos

Depois de teres feito uma seleção de produtos com base nos passos anteriores, deves avaliar alguns aspectos em cada um dos produtos:

  • Primeiro tens de avaliar a segurança do produto financeiro. Ou seja, pergunta-te: qual é o risco de perder o meu capital? E neste caso não falo sobre a desvalorização do capital de acordo com os mercados, mas sim, se por exemplo a empresa por onde investes vai à falência. Que segurança sobre o teu capital tens? Existe regularização, não existe?
  • Depois deves perceber qual é o investimento mínimo do produto, para ver se consegues investir ou não. 
  • A seguir, avalia o prazo. Ou seja, se investires neste produto, qual é a liquidez que tens. Tenta perceber por quanto tempo é que o teu dinheiro fica “preso”.
  • E por fim, analisa a rentabilidade. No caso dos produtos de renda fixa é fácil. Mas no caso dos produtos de renda variável, não é assim tão fácil. Não há garantia e por isso deves fazer uma análise com base na estratégia de investimento, ou na estratégia das empresas que compõem o produto. E podes também olhar para o histórico de rentabilidade. No entanto, rentabilidades passadas não garantem rentabilidades futuras.  

A melhor forma de escolher um investimento?

Quando pensamos na melhor forma de escolher um investimento, recordo novamente que o ideal, é não escolher apenas um produto, mas sim vários. Assim consegues garantir a distribuição do teu capital e reduzes o risco de o perder na totalidade se algo correr menos bem. E outra coisa que reduz o risco de perderes dinheiro é teres um fundo de emergência.

Ter o dinheiro num fundo de emergência e ter dinheiro investido são duas coisas diferentes… Imagina que tens as tuas poupanças todas investidas na bolsa, e não tens um fundo de emergência. Surge uma crise económica (que aliás, estamos práticamente à espera de quando é que ela vem), e as tuas ações perdem valor.

Nesse momento provavelmente o teu capital vale menos do que quando o investiste. E atenção, até é provável, que o teu capital recupere o seu valor ao longo do tempo. Mas para isso acontecer, deves manter o dinheiro onde está e não o tirares de lá. Se o deixares investido, não irás perder dinheiro, mas se o retirares naquele momento em que está desvalorizado, perdes dinheiro.

Ou seja, tens de garantir que não precisas de tirar o dinheiro investido, porque nunca saberás se, na altura em que precisas de dinheiro, o teu dinheiro investido estará desvalorizado. E esta incerteza pode ser eliminada se tiveres um fundo de emergência. 

Bons investimentos!

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