As minhas estratégias para ultrapassar uma crise financeira

Estamos numa crise financeira. A bolsa caiu drasticamente. Para quem tem dinheiro investido na bolsa, está certamente a perder dinheiro e não sabe quando ou se vai recuperá-lo.

Devo tirar o dinheiro? Ou devo aproveitar para investir? Qual é a melhor estratégia a adoptar numa crise financeira. Hoje vamos falar em estratégias para ultrapassar esta crise financeira. 

Estamos numa crise financeira…

No artigo de hoje vou-vos falar das minhas estratégias e daquilo que eu estou a fazer nesta altura. Não vou desvendar aqui qual a estratégia que toda a gente deve adotar, porque isso não existe, visto cada caso ser um caso. Eu posso achar que agora é uma excelente altura para investir, mas isto aplica-se apenas para quem tem um bom fundo de emergência e garantia de rendimentos. Se não tiveres isto, acho muito má ideia investir. Por isso é que digo, cada caso é um caso e não dá para falar na generalidade. Podem usar as minhas estratégias como ideias e adaptá-las à vossa realidade.

Estamos perante um período de grande instabilidade e incerteza. Não sabemos quanto tempo esta crise vai demorar. Nem sabemos o que o futuro nos reserva. Se os nossos postos de emprego estão garantidos… E por isso acho que devemos tomar algumas medidas para assegurarmos que a nossa vida financeira se mantém saudável. Vamos lá às minhas estratégias:

1| Aumentar as poupanças

Não há melhor altura que esta, para pensar em aumentar as poupanças. Quanto mais dinheiro poupado tiveres mais preparado estarás para enfrentar a crise financeira. Se ainda não poupavas aproveita para fazê-lo agora. Aproveita aqueles gastos que antes tinhas e agora já não tens. Se antes ias à rua beber café, almoçar fora, se ias ao cinema ou ao teatro, certamente vais conseguir poupar neste gastos.

Tenta resistir às compras online e não mandes vir comida. Tens mais tempo, aproveita para cozinhar. E quanto mais saudável for a tua alimentação, maior as tuas defesas, menor a probabilidade de apanhares o vírus que anda por aí. Aqui falamos de finanças pessoais, mas a verdade é que nada disto interesse, se não tivermos saúde. 

Para te ajudar a poupar, se ainda não usavas a estratégia paga-te primeiro, aproveita esta altura para implementá-la. Como é que funciona? Assim que recebes o teu rendimento, coloca uma percentagem de lado para as poupanças. Antes de fazer qualquer tipo de gastos. Vê isto como um gasto fixo que tens como qualquer outro, a renda, a prestação da casa, contas de água, luz, etc.

Vê aqui como poupar mais dinheiro, mais rápido!

2| Diminuir gastos

Durante uma crise financeira, é importante olhar aos gastos. Aproveita esta altura para fazer uma análise dos teus gastos. Aponta todas as tuas despesas, já que à partida tens mais tempo livre. Se souberes onde e quanto gastas, é mais fácil perceber onde podes reduzir. Vê isto como um desafio e não como uma restrição. 

É uma boa altura para fazer uma limpeza das tuas subscrições mensais. Precisas mesmo de spotify premium, ou de uma conta paga nas aplicações de fitness, conta na audible? Tudo o que não consideres necessário, pondera deixar. Podes ainda tentar negociar algum contrato que tenhas, por exemplo da internet, televisão, eletricidade, telemóvel. O não é garantido.

Outra ideia é testar as marcas brancas. Na tua próxima ida ao supermercado, vê a diferença de preços entre a marca que costumas comprar e a marca branca. Se ainda não usas produtos de marca branca, porque não testar? No site da Deco Proteste encontras os testes que fazem a diversos produtos e os resultados às vezes são surpreendentes. Nem sempre o caro é melhor. Infelizmente nem toda a informação está disponível a todos no site da Deco, porque há muita coisa que está reservado a assinantes. Mas às vezes partilham alguns estudos.

Há um lado negativo disto de reduzir gastos, que é: ao não gastar, deixas de estimular a economia. Eu tento ter isso em conta, pelo menos para os negócios mais pequenos, não reduzir drasticamente os meus consumos, porque não quero que essas pequenas empresas vão à falência. Sei que se só eu fizer isto, não ajuda muito. Mas se houver mais pessoas a fazer o mesmo, se calhar já pode fazer alguma diferença. Ou seja, se puderes, e só se puderes, podera estes casos. 

3| Criar fontes de rendimento

Temos que estar preparados para todos os cenários. Não sabemos o que vai acontecer nos próximos tempos nas empresas, na economia no geral, e estar dependentes a apenas uma fonte de rendimento é arriscado. Já falei nisto no artigo da semana passada, sobre como nunca ficar sem rendimento. Falo das vantagens de ter várias fontes de rendimento e uma delas é a segurança. Se tiveres mais do que uma fonte de rendimento, e perdes o emprego, não é tão grave, porque as tuas outras fontes de rendimento asseguram que entra dinheiro à mesma. 

Nestas alturas, é super importante diversificar nos rendimentos e se ainda não tens outras fontes de rendimento, pensa em criá-las agora. Uma área que continua a ter negócio são os cursos online, plataformas de E-learning, programas de comunicação à distância. Por isso, às tantas podes criar algo nessa área. Ou lojas online, apps de fitness.

Ler mais? Vê aqui as 7 ideias de negócio para ganhar dinheiro em Portugal.

4| Não entrar em pânico

Lembras-te quando te falei, já algumas vezes, da importância de pôr as emoções de lado nas estratégias de investimento de longo prazo, quando o mercado está em queda? Agora é altura para fazer isso.

Uma estratégia de longo prazo, pode ajudar a ultrapassar as quedas. As minhas ações estão a perder valor, mas vou deixá-las onde estão durante mais dez ou vinte anos, então é bem provável que elas recuperem o seu valor com tempo, como historicamente vemos que acontece na maior parte dos casos.

Ou seja, posso estar a perder dinheiro agora. Mas se olhar para os números daqui a 10 anos, essa queda já recuperou e vou ter o meu dinheiro de volta. E não estou a dizer isto, porque acho que é o que vai acontecer, mas é o que nas crises anteriores vimos acontecer. É por isso que a história é tão importante, porque podemos aprender muito com ela. 

5| Devo investir ou não?

Agora vamos à pergunta mais colocada nos últimos tempos, que é: devo investir, ou não? E a resposta a esta pergunta é igual estando em crise ou não. Pessoalmente não estou a adaptar a minha estratégia de investimento, estando o mundo em crise.

A meu ver não faz sentido mudar drasticamente a estratégia de investimento, porque tal como numa situação normal, quando a economia está em normal crescimento, não deves investir sem conhecimento, sem antes ter um fundo de emergência, sem ter noção dos riscos, sem diversificar, etc. Então, o que eu faço não é muito diferente do que tenho feito até agora. Não é por o mercado estar em saldos que vou comprar ações à maluca. Para facilitar pensa assim:

Deves investir se:

• tens um bom fundo de emergência
• percebes do assunto
• tens uma estratégia de investimento de longo prazo
• tens poupanças que não precisas durante os próximos 10/20 anos

Não deves investir se:

• não percebes grande coisa de investimentos, mas ouviste dizer que agora é altura para comprar barato
• o teu fundo de emergência é inferior a 6 meses das tuas despesas.
• não sabes se vais ser despedido
• se não queres arriscar

O importante, numa altura de crise financeira, é ter em conta todos os possíveis cenário dos próximos tempos. Se vires que há a possibilidade de ficares sem emprego, poupa dinheiro e reforça o teu fundo de emergência. Não penses em investir neste caso. Se tens dinheiro que não precisas nos próximos 10 anos (e pondera muiiiito bem, se não precisas mesmo) então pode ser interessante investir. Mas lá está, é preciso ter muitos fatores em conta.

Vê o Ebook Guia de Investimento para Iniciantes. Este Ebook é bom para quem quer começar a investir, mas ainda não sabe se é boa ideia ou não.

O que eu vou fazer?

Pessoalmente, durante esta crise financeira, vou continuar a investir como tenho investido, em ETFs e talvez coloque mais algum em Certificados de Aforro. Não vou aproveitar esta altura de saldos para adquirir outro tipo de produtos financeiros que normalmente não iria adquirir. Não vou tentar bater o mercado. Nem vou tentar mudar a minha estratégia. Vou-me manter fiel à estratégia que sempre tive que é: diversificar ao máximo, ter noção dos riscos associados a cada investimento e investir para o longo prazo.