Como nunca ficar sem rendimento

Imagina a seguinte situação: tens um emprego fixe. Sentes-te motivado todos os dias ao ir para o trabalho. Tens um salário ajustado com o teu estilo de vida. E de um dia para o outro, és despedido. Imagina!
A verdade é que se trabalhas numa empresa estável, e fazes bem o teu trabalho, a probabilidade disto acontecer é baixa. Mas nunca se sabe o que pode acontecer no dia de amanhã. E se amanhã fosses despedido, ficavas sem rendimento! Podes até ter subsídio de desemprego, mas não há-de ser igual ao valor que estás a ganhar atualmente. Imagina-te de repente com muito menos dinheiro…
Então hoje vamos saber como nunca ficar sem rendimento. De facto ficar sem rendimento é um pesadelo e infelizmente pode acontecer a qualquer um de nós! Menos àqueles que estiverem bem preparados. Porque de facto existe uma forma de evitar que isto nos aconteça….
Já percebemos que confiar numa só fonte de rendimento não é muito boa ideia. Então devemos fazer o quê? Criar mais do que uma fonte de rendimento! Exactamente! Se diversificamos nos investimentos, porque não também diversificar nos rendimentos.
Fontes de rendimentos ativas e passivas
Temos então de criar outras fontes de rendimento além da nossa fonte de rendimento principal, que virá à partida, do nosso emprego. Mas compreendo que possas pensar: “mas Ella, eu já trabalho 8 ou mais horas por dia, não tenho muito mais tempo para arranjar mais trabalhos.” E tens toda a razão. Aqui entra a importância do tipo de rendimento. Se a fonte de rendimento é ativa ou passiva.
Rendimento ativo
Rendimento ativo é quando trocas tempo por dinheiro, como na maior parte dos empregos comuns. Se estiveres no trabalho, ganhas dinheiro, mas se faltares, não ganhas. Pegando no exemplo do padeiro. Se ele não trabalhar, ou seja, se não fizer o pão, não tem pão para vender na sua loja, não ganha dinheiro. No rendimento activo, troca-se tempo por dinheiro.
Então se tiveres tempo livre, ou quiseres dedicar o teu tempo livre para ganhar mais dinheiro, podes criar fontes de rendimento ativas.
Exemplos de fontes de rendimento ativas:
- se fores criativo, criar um produto e vender;
- ser motorista da uber;
- se tiveres um jardim, cultivar legumes ou ervas aromáticas e vender;
- arranjar outro trabalho em part-time;
- passear cães;
- ser speaker (isto é bom até para te promover ou ao teu negócio caso tenhas, cria visibilidade não é);
- ser assistente virtual;
- começar um blog;
- fazer a gestão das redes sociais de pequenas empresas ou negócios;
- comprar móveis ou objetos de decoração em segunda mão, restaurar e vender.
Rendimento passivo
Já no rendimento passivo, isto só acontece numa fase inicial, porque depois de algum tempo investido, já vamos receber dinheiro passivamente, sem precisar de gastar o nosso tempo em troca desse dinheiro. Um bom exemplo é o arrendamento imobiliário.
Quando arrendas uma casa, arrendamento de longo prazo neste caso, recebes dinheiro, da renda dos inquilinos, sem ter de fazer quase nada. Podes até estar no teu emprego normal, no escritório por exemplo, e estar a receber dinheiro através desse investimento imobiliário.
Caso tenhas o teu tempo limitado, aposta nas fontes de rendimento passivas.
Exemplos de fontes de rendimentos passivas:
- investir no mercado da bolsa e gerar rendimento dos dividendos;
- criar produtos online e vender, pode ser cursos, agendas digitais, ficheiros de organização financeira, etc…;
- escrever um livro;
- investir em propriedades imobiliárias e ser arrendatário;
- criar um canal de youtube;
- fazer marketing de afiliados
- e há muitas outras opções.
Tem em conta que rendimento passivo não vem sem esforço. Tem de haver sempre um esforço inicial para criar algo que depois possa gerar rendimento passivo. Agora, esse esforço inicial deverá ser suficiente para depois reduzir ou eliminar o teu trabalho ativo para ganhar dinheiro.
Razões para não criar mais fontes de rendimento
Mas como nem tudo é um mar de rosas, criar fontes de rendimento adicionais, também tem o seu lado negativo. Ou digamos que podem haver motivos para não os criar. A maior parte das pessoas não tem outras fontes de rendimento por diferentes razões. E algumas dessas razões são:
- não têm tempo (que já vimos que pode ter solução: criar fontes de rendimento passivas)
- preferem focar-se em apenas uma coisa
- não têm ideias para criar outras fontes de rendimento
- falta lhes vontade, ou consideram que não vale o tempo e o esforço.
E estas são razões válidas. Tendo um emprego full time, percebo bem que sobre pouca energia para mais coisas, principalmente se for mais trabalho. Às vezes já custa fazer qualquer coisa que gostamos depois do trabalho, como ir jantar com amigos, ou assim, porque estamos cansados. Quanto mais, sair de um trabalho para ir para outro.
Apesar de soar super fixe ganhar dinheiro extra com um blog, por exemplo, a verdade é que exige bastante de ti. Posso falar por experiência própria quando digo isto e é super importante ser consistente, publicar conteúdo todas as semanas durante vários anos até dar algum rendimento. É um trajeto de longo prazo que pode não ser fácil de aguentar. Nem é fácil e nem é para todos. Mas, se fosse fácil, todos faziam.
Portanto, criar diversas fontes de rendimento não é nada fácil. Podes ter sorte, mas à partida conta com um esforço grande de trabalho e tempo. Assim ter um só emprego fixo, soa muito melhor… Mas esse emprego pode ser a tua fragilidade. A partir do momento que alguma coisa acontece a esse emprego, ou a ti que te impeça de trabalhar nesse emprego, todos os teus rendimentos desaparecem. Hoje em dia já não há empregos para a vida.
Razões para criar mais fontes de rendimento
Vamos agora olhar para as razões que possivelmente nos vão motivar para criar mais fontes de rendimento. E se calhar compensam as razões para não criar mais fonte de rendimento.
- O primeiro bom motivo, e que já mencionei, é a segurança ou a estabilidade de emprego. Se tiveres mais do que apenas uma fonte de rendimento, dificilmente corres o risco de ficar sem rendimento nenhum.
- Outra razão para criar outras fontes de rendimento é que podes transformar o teu hobby num trabalho. Pensa nalguma coisa que gostes e és bom a fazer, seja algo criativo ou não. Pode ser também ensinar alguma coisa. Algo que te seja natural ou fácil, que gostes de fazer e que seja algo com que possas ganhar dinheiro.
- Depois também tens a vantagem de não ter de encontrar todo o fullfillment, ou satisfação no teu trabalho. Ou seja, podes seguir uma paixão tua, fora do trabalho principal. Se tens um hobby que é a tua paixão, isto é uma excelente oportunidade para criar do teu hobby o teu trabalho. Imagina conseguires ter uma pequena galeria com os quadros que tu pintas, além do teu trabalho de escritório. Assim a pressão de ir sempre à procura de um emprego que te motive mais, também diminui, porque vais buscar motivação e paixão noutra coisa.
- Podes criar as tuas próprias condições de trabalho. Se valorizas trabalhar remotamente, podes criar um negócio teu que te permita trabalhar de onde quiseres. Muitas vezes, quando pensamos num trabalho ideal, pensamos só no trabalho em si, que as tarefas que vamos estar a fazer todos os dias nos têm de motivar. Mas podem haver outros fatores que fazem com que o trabalho em si pese menos. Por exemplo, num trabalho ideal estarias a fazer reuniões com pessoas interessantes todos os dias, pensar em estratégias para melhorar a performance da empresa, pensar em estratégias para que os colaboradores se sintam cada vez mais satisfeitos e motivados, etc. E se não tiveres isto no teu trabalho, não será um trabalho ideal. Mas imaginando que não fazes isso a toda a hora, mas que podes trabalhar remotamente, de onde quiseres, sempre que quiseres, se calhar já achas menos importante fazer 100% aquilo que mais gostas e estás disposto a fazer tarefas menos interessantes.
- E outra vantagem que eu vejo é conseguirmos arriscar. Sendo um side hussle, não pesa tanto como o meu rendimento principal e então podes correr um pouco mais de risco e experimentar mais.
Garante a tua reforma
A maior parte das pessoas não tem várias fontes de rendimento, e conta apenas com o seu rendimento principal. Mas a necessidade de criar mais fontes de rendimento é mais urgente do que possamos pensar.
Achas que vais ter reforma quando chegares aos 66 anos? A probabilidade é remota… Até podes receber reforma, mas será certamente muito menos daquilo que estás a ganhar agora. Imagina que agora ganhas mil euros líquidos por mês. E na reforma só vais ganhar 400 euros… como vais fazer?
Se tiveres curiosidade em saber quanto vais ganhar na reforma podes ir ao site da Segurança Social Direta e simular quanto vais receber na reforma. Recomendo fazer isso sentado e respirar fundo.
A necessidade de criar mais fontes de rendimento é maior do que se calhar achamos. Se conseguires ir poupando para teres dinheiro suficiente na reforma, tudo bem. Mas mesmo assim, convém ter algumas fontes de rendimento que te possam continuar a gerar dinheiro na reforma ou mesmo te ajudar a criar o tal capital que precisas na reforma.
Como começar?
1| Pensa se queres criar fontes de rendimento ativas ou passivas.
2| Tenta perceber o que gostavas de fazer. Tens algum hobby que podes transformar num negócio ou podes partilhar a tua expertise?
3| Pensa quanto tempo e eventualmente quanto dinheiro estás disposto a investir para criar as fontes de rendimento extra.
4| Reflete sobre o que é que tu sabes fazer. Pensa em produtos ou serviços, que com o teu conhecimento ou experiência possas desenvolver e que tipo de modelos de rentabilidade podes criar. Podes também ponderar trabalhar em conjunto com alguém, um parceiro de negócios.
5| Cria um plano de ação para começar a pôr em prática a tua estratégia de ter diversas fontes de rendimento.
As minhas dicas
Eu recomendo tentar criar fontes de rendimento passivas. Ou seja, que impliquem um esforço inicial grande, mas depois continuem a gerar dinheiro. Assim crias uma boa base, que te permite ter mais liberdade a nível de tempo e dinheiro, até para criar ainda mais fontes de rendimento.
Outra dica é começar com uma fonte de cada vez. Se não pode acontecer te perderes e acabas por desistir e não queremos isso.