Educação financeira para crianças | Como ensinar os teus filhos a lidar com dinheiro

Porque a educação financeira é importante?
Queremos que os nossos filhos tenham sucesso e mais importante que isso, que sejam felizes. Não queremos que tenham problemas e muito menos preocupações e dificuldades. Questões financeiras fazem parte das nossas vidas, quer queiramos ou não. A educação financeira é importante porque quanto melhor soubermos lidar com dinheiro, menor a probabilidade de virmos a ter preocupações ou dificuldades. Outro motivo é o efeito de juro composto. Quando mais cedo começas, mais vais ganhar.
Os pais têm um papel fundamental
Nas escolas infelizmente não ensinam a gerir as nossas finanças pessoais, mas isto pode ser ensinado em casa. Para que os teus filhos sejam bem sucedidos é importante que tenham uma boa educação financeira.
A educação financeira que recebemos em criança tem um impacto muito grande em nós mais tarde e o que ouvimos e vimos em criança relacionado com dinheiro também.
Em criança ouviste frases como “é preciso trabalhar muito para ganhar dinheiro, os ricos são gananciosos, o dinheiro não compra felicidade, não nasceste para ser rico, o dinheiro é a raiz de todo o mal?” Ou viste pessoas à tua volta a gastar muito dinheiro, ou por outro lado, a não gastar nenhum? Todas estas influências e ensinamentos condicionam-nos hoje em dia e agimos em função delas.
Como é que os pais lidam com dinheiro?
Que mensagens é que os teus filhos recebem acerca de dinheiro? Podemos passar-lhes mensagens sem nos darmos conta disso. As crianças ouvem a forma como os adultos falam sobre dinheiro, como tomamos decisões de compra, como lidamos com situações financeiras.
Por exemplo, se em criança ficaste com a ideia que os ricos são egoístas e desonestos, vai ser muito difícil criar riqueza se te consideras ser uma pessoa altruísta e honesta.
Se em casa se discute sempre sobre dinheiro, que impacto isso terá nos filhos? Que o dinheiro gere discussão? Que dinheiro é poder? Que não vou falar sobre dinheiro quando crescer porque não quero discutir em casa?
O que os pais podem fazer?
Coloca questões aos teus filhos para que eles visualizam o que pode acontecer com as acções deles. O que eles desejam? Que vida gostavam de ter? Eles têm de visualizar o que podemos atingir. Criar um vision board pode ajudar.
Um vision board é uma colagem de imagens e afirmações de sonhos e desejos, que servem como fonte de inspiração e motivação para conseguir atingir os objectivos através da lei da atração. Um dos livros que recomendo sobre a lei da atracção é O Segredo de Rhonda Byrne.
É uma actividade gira e na minha opinião funciona mesmo!
Gestão do seu próprio dinheiro
As crianças são espertas e podemos dar-lhes mais responsabilidade do que por vezes pensamos. Para eles terem noção como se adquire coisas ou se compram serviços, eles têm de saber como o dinheiro funciona. Além disso, devem conseguir assumir a responsabilidade. Se tiverem o desejo de comprar um brinquedo, devem saber quanto isso custa e como poderão poupar para o comprar.
Ao dar uma mesada, ou semanada, ensinamos as crianças a ver que não podem simplesmente pedir para ter, tal como na vida real. Preparamo-las para mais tarde e ensinamo-las a esperar, poupar e juntar dinheiro. Ensinamo-las ainda a fazer contas.
Responsabilizamo-las a fazer escolhas (se comprares um gelado agora, vais ter de esperar mais tempo para poderes comprar o brinquedo). E ajudamo-las a ter consciência de gerir um orçamento.
O que a minha mãe me ensinou
Desde os 6 anos de idade recebo semanada ou mesada. Quando era mais pequena, semanada e mais tarde mesada. Aos 10 anos de idade, a minha mãe sentou-se comigo para calcularmos em conjunto a mesada que era justo receber.
Precisava de dinheiro para a escola (materiais escolares, comida e transporte), roupa, saídas/passeios. Definíamos em conjunto quanto dinheiro precisava para cada categoria e transformávamos isso num budget mensal. Depois ela deu-me um envelope para cada categoria, para quando recebesse a mesada, colocasse o valor definido para cada uma delas.
O valor para cada categoria era definido segundo aquilo que achássemos justo. A minha mãe dizia que podia comprar roupa em segunda mão, mas eu dizia que queria roupa nova, então ficou um valor entre essas duas opções. Se quisesse comprar uma roupa mais cara, podia fazê-lo, mas teria de poupar para o fazer.
Todos os anos avaliávamos se os valores ainda faziam sentido, e se teríamos de acrescentar novas categorias. Quando entrei na universidade já tinha de pagar renda, propinas, compras de supermercado, etc. então havia mais categorias e mais envelopes.
Eu sentia-me bem por nunca ter de pedir dinheiro aos meus pais, e eles também porque além de tudo estar muito claro para ambas as partes, eles ensinavam-me a lidar com dinheiro e a responsabilizar-me pelas minhas escolhas.
Colocar questões aos nossos filhos
A educação financeira pode ser ensinada através de questões. Ao colocar questões fazemos as crianças reflectir e chegar a conclusões sozinhas. As crianças precisam de saber o valor das coisas que querem e o que custa obtê-las.
Quando uma criança está a pedinchar por alguma coisa, podemos tentar fazer-lhe ver o valor que aquilo tem para ela. Quer mesmo aquilo ou quererá atenção?
Para que queres comprar esse brinquedo? O que vais sentir quando o tiveres? Queres o brinquedo, então o que estás disposto a dar em troca? Entre comprares agora um brinquedo mais pequeno ou esperares mais uma semana para juntar mais dinheiro e comprares um brinquedo maior, o que preferes?
No fundo é fazer coaching aos nosso filhos. Questionar promove reflexão o que promove a auto-responsabilização o que promove a liberdade e independência.
Quero porque o meu amigo também tem
Só porque o amigo tem um boneco de certa marca ou porque aparece nas publicidades não quer dizer que seja melhor. Fazer ver às crianças que existem alternativas igualmente boas ou por vezes até melhores, faz-lhes ver o valor das coisas e que o valor não está na marca.
Ao comprar artigos de marca branca ou mais baratos, muitas vezes não precisamos de abdicar da qualidade. O que ganhamos com isso é uma poupança maior ao final do mês. Ao apresentar duas opções para o mesmo brinquedo, um de marca que custa o dobro e outro sem marca a metade do preço, é bem provável que a criança opte por comprar o mais barato se o incentivarmos a isso. Assim ele pode comprar não um, mas dois brinquedos!
Estas são algumas estratégias que podem ajudar os teus filhos a ter uma boa educação financeira e isso vai-lhes trazer vantagens no futuro.
Que estratégias usas na tua família e quais delas funciona melhor? Comenta abaixo!