Como perder o medo para começar a investir

Hoje vamos abordar um assunto muito importante, nomeadamente, como perder o medo para começar a investir. Percebi que é este passo, ultrapassar o medo, falta a maioria das pessoas para começar a investir. Os passos que vou partilhar hoje vão ajudar a ultrapassar o medo e ainda reduzir o risco!

É uma questão de mindset

Percebi que ainda há muita gente que não deu o primeiro passo, por receio, falta de coragem ou medo. De forma a perder o medo para começar a investir, temos então que retirar esse factor medo e para isso temos de perceber de onde é que esse medo vem.

Comecemos por essa reflexão:

  • O que precisas de ter para deixar de sentir o medo para investir? Ou seja, imagina o tu no futuro, já investidor/investidora, o que te fez começar/arriscar?
  • Em que outros momentos na tua vida, ultrapassaste uma dificuldade que achavas que seria impossível, e que mesmo assim conseguiste. Será que as estratégias que usaste se podem aplicar também neste caso?

Pensa um pouco sobre isto tudo. Agora vamos ver algumas estratégias concretas que podes usar para reduzir o risco nos investimentos e com isso, perder o medo.

Qual é o risco que queres assumir?

Um grande fator no que diz respeito a perder o medo para começar a investir, tem a ver com risco. Se conseguirmos reduzir o risco, conseguimos ultrapassar o medo mais facilmente. No entanto, todos os investimentos têm risco. Se queres risco zero, não invistas. Mas se queres investir e estás disposto a correr algum risco, tenta fazer com que esse risco seja o menor possível.

Num mundo ideal, haveriam investimentos com risco baixo mas rentabilidades elevadas. Acontece que, nos investimentos, quanto menor o risco, menor a rentabilidade. Já me perguntarem isso várias vezes: Ella, que investimentos recomendas para quem quer pouco risco e rentabilidades altas? Isso não existe, ou pelo menos eu ainda não encontrei.

Portanto, tens de perceber para ti mesmo, qual é o risco que estás disposto a correr. No entanto, há coisas que podes fazer para indiretamente reduzir o risco de perder o teu capital e vou-te explicar como.

Tens de saber o teu perfil de investidor

Tens de estar confortável com o risco. Se não estás confortável com a possibilidade de perder dinheiro, não invistas em ações, por exemplo. Assumir mais risco é para investidores dinâmicos ou agressivos. Se calhar tu és um investidor mais conservador. E há investimentos para ti! Por isso é que os investimentos têm de estar alinhados com o teu perfil de investidor.

Ler sobre: Descobre o teu perfil de investidor.

Para te ajudar a perceber qual o teu perfil de investidor, existem algumas questões que devemos colocar. A resposta a estas perguntas vai determinar a tolerância ao risco, o teu horizonte temporal de investimento, os teus objectivos, etc.

  • Qual é a tua tolerância ao risco? Imagina-te na situação de perda de capital, como isso te faz sentir?
  • Qual é a tua situação financeira atual? Que tipo de compromissos financeiros tens actualmente, ou vais ter no futuro?
  • Qual é o teu objectivo de investimento? O que vais querer fazer com o capital? Comprar um serviço ou um produto? Apenas preservar o capital, sem ter perdas? Fazer crescer o capital para ter reforma? Dependendo se o objectivo for de curto, médio ou longo prazo, a estratégias de investimento e o teu perfil de investidor mudam.
  • Por quanto tempo queres manter os investimentos? Ao investir, tens de ter em conta as possíveis oscilações do mercado. Ou seja, quanto mais arriscado o teu investimento, mais alargado deve ser o teu horizonte temporal, para ter tempo suficiente para mercado recuperar. 

Conforme as respostas a estas perguntas, podes ser um investidor conservador, moderado ou dinâmico.

Diversifica

Eu falo muito na diversificação, porque de facto é umas das minhas estratégias preferidas. Diversificar nos investimentos, nos rendimento, no fundo de emergência… Mas foquemos agora nos investimentos. Imagina que tens um capital total de 10 mil euros. Se colocares esses 10 mil euros num só produto, e esse produto perder valor, já percebeste né, perdes o teu capital. Mas se dividires esses 10 mil euros por 5 investimentos diferentes, ou seja 2 mil euros cada, mesmo que percas todo o teu investimento num dos produtos, “só” perdeste 2 mil em vez dos 10 mil. É uma grande diferença.

O que gosto de fazer é encontrar um balanço entre arriscar e optar pelo seguro. Ao arriscar aumentamos a possibilidade de ter retornos elevados, e ao optar pelo seguro, garantimos que parte do nosso capital não se perde. A diversificação é a chave conseguir este balanço. 

A diversificação do teu portfólio pode ajudar a reduzir o risco. Se fores um investidor conservador ou moderado, podes reservar uma pequena parte do teu capital para o aplicar num produto mais arriscado, diversificando a tua carteira. Mesmo se perderes esse montante, ainda tens o restante do teu capital “assegurado”. Mesmo um investidor com perfil dinâmico, que arrisca muito mais, consegue usar a diversificação para diminuir o risco.

Outra vantagem da diversificação dos investimentos está relacionado com o horizonte temporal. Há produtos que valem a pena investir numa perspectiva de longo prazo como por exemplo os ETFs. No entanto, podem haver outros produtos, que a curto prazo se consegue resultados satisfatórios. Ou seja, ao diversificar, consegues jogar com opções a curto, médio e longo prazo, dependendo dos teus objectivos de investimento. 

Ler sobre: Como investir em ETFs

Fundo de Emergência

Falámos sobre a diversificação do teu capital. Mas além disto, se tens um fundo de emergência, estás ainda mais seguro. Mesmo que aconteça algo aos teus investimentos, o que é sempre mau, ninguém gosta de perder dinheiro, ainda tens a tua reserva de emergência. 

Esta reserva é uma quantia de dinheiro disponível para alguma emergência ou um imprevisto. Serve para situações inesperadas e o valor deve ser suficiente para cobrir as tuas despesas durante no mínimo 6 meses. Isto dá-te uma segurança e uma estabilidade que é super importante para quem quer começar a investir o seu dinheiro. Eu sei que para quem se quer iniciar nos investimentos, quer é começar a investir, e não quer ter de esperar não sei quanto tempo para juntar o fundo de emergência. Mas acredita que é mesmo melhor fazê-lo.

Ler mais sobre: Tudo sobre o Fundo de Emergência.

Para te ajudar a motivar a juntar o dinheiro para o fundo de emergência, pensa que este fundo (que está normalmente associado a imprevistos como perder o emprego ou um problema de saúde, que te impossibilita de trabalhar e obter rendimentos), também pode ser usado para oportunidades.

Imagina que há uma oportunidade de investimento para a qual precisas de cash, liquidez. Mas o dinheiro que ias querer usar, está investido e desvalorizou durante a crise. Então não convém nada retirar esse dinheiro, porque ficarias a perder dinheiro. Mas felizmente tens o fundo de emergência que te pode safar. Ou seja, neste caso, sendo que há uma oportunidade nesta altura para investir, podes usar o fundo de emergência. Claro que depois deverá ser a tua prioridade, repôr o fundo o quanto antes.

Lembra-te que idealmente deves investe dinheiro que não te faz falta neste momento. O dinheiro faz sempre falta e ninguém quer perder dinheiro, mas a ideia é investir dinheiro que não precisas neste momento.

Estuda

A última estratégia que quero partilhar que te ajudará a perder o medo para começar a investir é: ESTUDA! Quanto menos souberes sobre investimentos, maior o risco de alguma coisa correr mal. Não precisas de saber necessariamente fazer análises técnicas, ou saber tudo a toda a hora sobre os mercados. Mas precisas de saber, de forma global, o que estás a fazer e que implicâncias isso tem ou poderá vir a ter.

Foi mesmo por isto que comecei o meu projeto Finanças com Ella, porque eu não encontrava a informação de forma simplificada que queria sobre investimentos e então decidi criar, porque acho que isto é super importante para quem quer começar a investir.

Uma estratégia que usei pessoalmente para aprender sobre investimentos foi: reservar uma parte do capital para investir em produtos novos sobre os quais queiras aprender mais. Assim, além da teoria, vais ganhando prática.

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