Como escolher um PPR (Plano Poupança Reforma)
Como escolher um PPR? É isto que vamos descobrir neste artigo! Vamos falar sobre como investir num PPR, que critérios ter em conta na escolha de um PPR, custos, rentabilidades, e riscos. Neste artigo partilho também qual é o PPR em que eu invisto e porquê.
Quero agradecer o Luís Jordão que me ajudou com o conteúdo deste vídeo. Ele é investidor, criador do grupo de facebook FIRE Talks Portugal e criou o seu próprio PPR, portanto, quem melhor para esclarecer as dúvidas todas sobre PPRs.
O que é um PPR?
Os PPR, ou Plano Poupança Reforma, são produtos financeiros que servem normalmente para juntar dinheiro para a reforma. O aforrador entrega o seu capital a uma sociedade gestora de fundos de pensões ou a uma companhia de seguros que, depois investem esse dinheiro para gerir retorno. São investimentos que têm maior retorno a longo prazo por norma. Podemos dizer que comparando com os USA, os PPR equivalem ao IRA deles. A diferença é que nos USA a conta IRA tem benefícios fiscais e podes colocar qualquer produto lá dentro para ter benefícios fiscais, enquanto em Portugal só fundos/seguros com a designação PPR têm benefícios fiscais. Fundos de pensões para empresas são comparáveis com o 401K nos EUA.
Existem PPR sob a forma de fundo e sob a forma de seguro. Uma das grandes diferenças entre fundos PPR e seguros PPR é que tipicamente os primeiros não garantem o capital e os segundos tipicamente sim. E sim, isso significa que podemos esperar maiores retornos nos fundos do que nos seguros. No entanto não garantidos e há maior risco envolvido nos fundos. No caso dos seguros, que a maior parte dos portugueses prefere, os retornos são bastante baixos e até já houve seguradoras que deixaram de oferecer este tipo de produtos, por isso mesmo.
Ler mais sobre: a diferença entre PPR sob a forma de seguro e sob a forma de fundo.
Caso já tenhas um PPR sob a forma de seguro, valida se o retorno compensa os custos. Em alguns casos, fica a zeros e assim pode fazer sentido mudar de produto. Se ainda tiveres um seguro antigo, subscrito há algum tempo, é possível que tenhas boas rentabilidades. Nesse caso podes tentar fazer reforços e se não for possível é porque já não praticam essas rentabilidades. Para mim pessoalmente, faz mais sentido apostar num fundo PPR, porque a minha estratégia de investimento é de longo prazo e o meu horizonte temporal também.
Que critérios usar para a escolha de um fundo PPR?
Para saber como escolher um PPR, temos de olhar para fatores como:
- a estratégia/filosofia de investimento do gestor do fundo
- os custos
- riscos
- rentabilidades
Estratégia de investimento:
Para escolher um fundo PPR é importante avaliar a estratégia e a filosofia de investimento do gestor do fundo. Por exemplo, ver se o fundo é gerido de forma passiva ou ativa. Outro aspecto que pessoalmente valorizo, é se o PPR é gerido por sociedades independentes. Neste casos, eles próprios escolhem os ativos e os fornecedores (como os corretores, banco depositário) de forma a maximizar a rentabilidade do cliente.
Como é a sociedade gestora que escolhe os ativos em que investe, convém te identificares com a sua estratégia de investimento. Ainda sobre o fornecedor, por exemplo as sociedades gestoras SGF ou a Optimize só se focam neste produto e são livres de escolher com que fornecedor trabalham, o que permite à partida custos mais baixos e eventualmente mais segurança.
No PPR que eu subscrevi, o PPR SGF Stoik, tive de preencher um questionário para identificar o meu perfil de investidor. Então a sociedade gestora acaba por avaliar se o perfil combina com o PPR em que invisto. No final do vídeo explico porque é que escolhi investir neste PPR.
Ler sobre: Descobre o teu perfil de investidor.
Custos:
Algo importante a ter em conta na escolha de um PPR, é a transparência em relação aos ativos que estão no fundo, mas também os custos associados. Dá para encontrar facilmente? Os custos do fundo deverão estar na ficha do produto e dependem de fundo para fundo. Pode haver comissões de subscrição, entrega, gestão, depósito, resgate e transferência, dependendo do produto.
No PPR que eu escolhi os custos são de 1% + parte variável ligada à performance no caso dos resultados positivos (se for negativo não pagamos). No caso de haverem fundos dentro do fundo, isso implica mais comissões. E aqui exclui-se ETFs porque esses não têm quase custos. E sim, ouviste bem, um fundo PPR pode conter ETFs.
No caso do PPR SGF Stoik não há comissão de subscrição fazendo diretamente através do site: www.pprsgfstoik.com
Riscos:
Que tipo de risco queres correr? Se queres capital garantido um fundo PPR não é a tua escolha. Neste caso deverás optar por um seguro PPR. Se queres assumir risco e possivelmente rentabilidades mais elevadas, mas consequentemente não ter capital garantido, opta por um fundo.
Analisa bem o que compõe o fundo. É composto por mais ações ou por mais obrigações? Se tiver mais ações, será mais arriscado, e se tiver mais obrigações será menos arriscado, mas também terá à partida menor rentabilidade.
E quem toma estas decisões? Se o PPR tem mais ações ou mais obrigações? É o gestor do fundo. Para saber como e por quem é gerido o fundo, temos que ver o que está dentro do fundo e informação sobre o gestor. Se isto não tiver transparente na ficha do produto, ou no site, diria que é mau sinal.
Rentabilidade:
Para avaliarmos a rentabilidade do PPR, não devemos olhar só para resultados anteriores. É muito importante olhar para o histórico dos resultados, mas também analisar resultados repetíveis, tendo em conta a estratégia e filosofia de investimento. É impossível prever resultados futuros, mas esta análise diz-nos mais do que se olharmos apenas para os resultados anteriores.
Existem sites onde podemos ver a comparação de resultados dos diferentes PPR:
- http://www.apfipp.pt//report.aspx?itemcode=Mrr_FPoupanca_PT.rpt&calendar=yes&type=FP (deves alterar a data para um dia uns 5 dias antes da data corrente para constarem todos os fundos) Neste site consegue ver também o nível de risco de cada produto.
- https://www.asf.com.pt/ – neste site consegues ver os resultados dos seguros PPR
Qual o PPR que eu tenho e quais os critérios de escolha
Recentemente subscrevi ao meu primeiro PPR e optei pelo fundo PPR SGF Stoik. Isto não é uma recomendação de produto, mas apenas uma partilha da minha escolha. Optei por este PPR porque me identifico com a estratégia e filosofia de investimento.
A filosofia de investimento deste PPR é para longo prazo e é bastante passiva, ou seja, mexem pouco na carteira. Tem um bom balanço entre uma filosofia ativa e passiva, porque por um lado o fundo contém ações de empresas líderes mundiais, o que pode aumentar a rentabilidade, e por outro investe também em ETFs.
Como aderir (passo-a-passo) a um PPR depois de ter escolhido?
- Preencher a ficha de subscrição e enviar os documentos legais pedidos.
- Fazer uma transferência inicial ou autorizar um débito directo para investimento automático mensal (DCA)
Perguntas e respostas rápidas:
Por fim, vou responder a algumas perguntas rápidas que vão passando nos comentários ou nos emails que recebo:
P: Posso investir mensalmente ou só um montante uma vez?
R: As duas coisas.
P: É possível fazer um PPR para os meus filhos/netos, sendo menores de idade?
R: Os bancos e entidades gestoras, não deixam fazer contas de investimento para crianças. Mas na ficha de subscrição tem participante (criança) e contribuinte (pai). Neste caso é possível fazer um PPR que é patrimônio da criança.
P: Dá para mudar de um seguro por para um fundo?
R: Sim, dá. Se tiver capital garantido, a comissão de transferência custa nunca mais que 0,5%, sem pagar impostos. Nos fundos sem capital garantido, não pode ser cobrada comissão.
P: Dá para retirar o dinheiro antes da reforma?
R: Sim, mas perdes parte dos benefícios fiscais, caso tenhas usufuído dos mesmos (do benefício fiscal à entrada, da dedução à coleta). Neste caso perdes (e tens que devolver com penalizações) os benefícios à entrada (dedução à colecta). Os benefícios fiscais à saída (pagar 8% em vez de 28%) temos sempre direito.
P: Quais as vantagens de um fundo PPR para um ETF?
R: Já recebi várias vezes a pergunta sobre o que é mais rentável: um fundo PPR ou um ETF. Bom, primeiro, depende muito do ETF e do PPR, porque existem produtos com rentabilidades diferentes. Se calhar consegues rentabilidades mais elevadas em ETFs do que num PPR, mas os impostos dos ETFs são bem mais elevados do que nos PPR. É sempre difícil comparar ETFs com PPRs porque são produtos diferentes, para perfis de risco diferentes.
Diria que uma vantagem grande de um PPR é que dá para automatizar a poupança. Consegues fazer um débito direto mensal, sem ter que olhar para aquilo. Depois tens os benefícios fiscais claro, mas atenção que se comparares os custos dos produtos, deves também comparar as rentabilidades, porque é provável que com ETFs consigas rentabilidades mais elevadas e assim, mesmo com custos mais elevados, podes ter ganhos superiores aos PPR. É mesmo uma questão de comparar muito bem os custos e as rentabilidades.
Qual a diferença que fez optar pela SGF em vez da Optimize?
Estou muito indecisa entre qual optar.
Já agora, a SGF apresenta os mesmos benefícios fiscais que a Optimize?
Obrigada
Olá Rita! Obrigada pela teu comentário. Tenta ver os produtos que a SGF e a Optimize disponibilizam. São vários. São ambos sociedades gestores independentes, o que é vantajoso na minha opinião. Os benefícios fiscais estão associados ao tipo de produtos e não à sociedade gestora. Se optares por um PPR, independentemente que seja pela SGF ou pela Optimize, poderás usufruir dos benefícios.
Boa tarde,
Qual a sua opinião sobre o PPR Alves Ribeiro?
Obrigado
Olá! É um PPR que tem ganho muita popularidade, porque é bem promovido. Tem tido rentabilidades interessantes, no entanto rentabilidades passadas não garantem rentabilidades futuras 🙂